Os Fundos Europeus assumiram um papel determinante no desempenho da economia portuguesa e na retoma do crescimento desde o arranque do Portugal 2020, com efeitos que perduram para além do período de execução dos fundos. Esta é uma das conclusões dos resultados do estudo “Avaliação do Impacto Macroeconómico do Portugal 2020”, coordenado por Pedro Mazeda Gil, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. 


Segundo o estudo, estima-se que durante o período de execução o Portugal 2020 (2015-2023) será responsável por um acréscimo médio de 1,3% do PIB face a um cenário sem a intervenção dos FEEI (steady state). Esse efeito é crescente e atinge um máximo de 2,3% em 2022 (ou seja, o PIB será 2,3% superior ao nível que registaria sem a intervenção dos FEEI). A 20 anos esse efeito é ainda de 1,6%, mantende a tendência decrescente nos anos seguintes. O efeito positivo sobre o PIB é acompanhado por ganhos de Produtividade, Emprego, Salários e Exportações, mas a pressão da procura agregada sobre as importações condiciona a evolução da Balança de Bens e Serviços. 

São as regiões menos desenvolvidas que evidenciam maiores efeitos sobre o PIB quando comparados com os efeitos registados a nível nacional. Na região Açores, o impacto é cerca de 2,2 vezes o impacto observado a nível nacional. No Alentejo, no Norte e no Centro esse rácio é na ordem de 1,8, 1,4 e 1,3, respetivamente. A região da Madeira apresenta igualmente um rácio de 1,3, enquanto que nas restantes regiões os impactos situam-se claramente abaixo da média nacional, com 0,7 na região do Algarve e 0,4 na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Esta mesma dinâmica é também observada, genericamente, para o Emprego, Salários Reais e Produtividade.

Porquê esta avaliação?  

A Avaliação do Portugal 2020 é um dos fatores centrais para assegurar a boa gestão e aplicação dos Fundos Europeus. 

A magnitude do montante financeiro envolvido e a abrangência temática das áreas de intervenção do Portugal 2020 justificam a realização de uma avaliação do seu impacto macroeconómico, quantificando os seus efeitos nos principais agregados macroeconómicos e respetivas dinâmicas de curto, médio e longo prazo, quer a nível nacional quer ao nível das regiões NUTS II – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira –, apreciando o seu potencial contributo para as desejadas dinâmicas de convergência regional. 

Apresentação pública do estudo 

Os resultados do estudo “Avaliação do Impacto Macroeconómico do Portugal 2020”, foram divulgados durante o Seminário realizado no Salão Nobre da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. 

Este evento constituiu uma oportunidade para dar a conhecer os resultados da avaliação realizada pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto e debater os efeitos macroeconómicos do Portugal 2020 e o seu impacto nas trajetórias de crescimento e convergência de Portugal e das suas regiões. 

A abertura contou com a participação de Nicola de Michelis, Diretor da DG Regio – Comissão Europeia, sendo a sessão de encerramento assegurada por Ricardo Pinheiro, Secretário de Estado do Planeamento. 

Saiba mais sobre o estudo. Consulte aqui: